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ERA uma vez uma estrelinha que se apaixonou pelo Sol. Por ela, não faria outra coisa que admirá-lo. Dificilmente conseguia contemplá-lo, pois mamãe Lua vigiava-a atentamente e não se cansava de dizer-lhe:
— Tontinha! Você não sabe que o Sol é o senhor do dia, o rei da luz, enquanto você nada mais é que um pequeno ponto luminoso perdido nas trevas da noite? Filhinha deixe de sonhar com o impossível.
E quando, ao despontar da madrugada, via que a pequena teimava em demorar-se no céu, obrigava-a com um gesto imperioso a retirar-se; e, se ao pôr-do-sol ela saía antes da hora marcada, ocultava-lhe a visão com o véu de uma nuvem.
Mas, um dia, a estrela apaixonada, cansada de sofrer e de ser continuamente censurada, confiou ao rei dos ventos a sua tristeza, e pediu-lhe que a ajudasse.
O rei dos ventos pensou um pouco e logo disse:
— Para que você possa olhar o Sol, como deseja, é preciso que desça à Terra. Está disposta a fazer tal viagem?
— Sim, respondeu a estrela, trêmula de alegria.
— E deverá também renunciar à sua luz, porque o Sol não admite competidores.
— Renuncio ao que for preciso, de todo coração!
O rei dos ventos escondeu a estrela enamorada sob seu manto e levou-a para a Terra.
Deixou-a às margens de um trigal, justamente quando o Sol despontava entre as nuvens debruadas de púrpura e ouro.
Uma haste alta e forte levantou a estrela por sobre todas as espigas e, enquanto sua luz se consumia, seu coração transbordava de alegria.
— Bom dia, disseram-lhe os lírios, as esporinhas, as papoulas. Quem é você?
Mas ela nem sequer ouviu essas gentis palavras, pois sua atenção estava concentrada todinha no Sol. E durante todo o dia olhou-o sem pestanejar, seguindo lenta, muito lentamente com o movimento de sua cabeça ouro pálido, o percurso do grande disco de fogo.
A estrela deslumbrada, cujas pontas agora haviam-se transformado em pétalas amarelas, ignorava tudo que havia à sua volta: flores, pássaros, espigas, formigas, árvores. . .
À noite, os lírios, as esporinhas, as papoulas e as douradas espigas cumprimentaram o novo companheiro desconhecido e, não sabendo seu nome disseram:
— Boa noite... Girassol!
À noite, os lírios, as esporinhas, as papoulas e as douradas espigas cumprimentaram o novo companheiro desconhecido e, não sabendo seu nome disseram:
— Boa noite... Girassol!
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